Amigo, comecei a compor a pouco tempo. Na verdade, conversando contigo, te conto que comecei a escrever as letras que inventava a pouco tempo. E tudo começou com um sonho. Bom, mas nesse sonho eu compus De vida e Flor, que vou passar a letra mais a diante. Hoje, vou publicar aqui no meu Blog a letra da música de trabalho do meu CD, que se chama "Águas de outrora". Em síntese, ela fala das águas de antigamente, por isso outrora. E antigamente as águas utilizadas provinham das cacimbas, também conhecidas como "Olhos dágua". Esses olhos dágua surgiam entre as pedras e, os donos de estância, mandavam erguer ali um poço, da onde era retirada a água para a maioria dos afazeres. Nas tropiadas, os tropeiros ficavam faceiros quando encontravam uma cacimba, no meio do trajeto, para beber água, pois sabiam que aquela água era limpa e saudável, livre do cloro e da poluíção ambiental. Alguns até já conheciam as cacimbas do caminho, perfazendo o trajeto com parada certa ali, o que tornou-se até perigoso, pois os salteadores sabiam que o pessoal parava ali para matar sua sede e por vezes armavam emboscadas. Apresento-vos, de minha autoria, águas de outrora:
Me chamam de olho dágua
eu saio molhando a terra
por onde a fonte desagua
Quando me faço em açude
Reflito em mim a paisagem
sou filha da natureza
sou vida para pastagem
Venho da terra
Sou mel da cacimba
Sou água de outrora
Vou pelo pago
Corro campo a fora
Lavando o chão
desse meu rincão
sou livre não tenho dono
na sesmaria sem fim
servindo tropa e campeiros
que se aproximam de mim
sou sanga de água rasa
fazendo as vezes de espelho
onde a chinoca sorrindo
faceira, trança os cabelos
Venho da terra...
(Imagem retirada do Google)
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